sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

J'Adore Dior



A publicidade bombardeia-nos diariamente. Do melhor desentupidor de retretes à imperdível promoção de perfumes no El Corte Inglés,  os incentivos à aquisição de novos produtos não cessam por mais longe que nos mantenhamos da televisão. Um atrás do outro, remetem à inovação e tecnologia, apostam no design, nos corpos esculturais dos modelos (posteriormente “photoshopados”) e nos cenários - tudo para que o indivíduo x sinta que, sem aquele produto, a vida é muito mais complicada. Um IPhone tem as mesmas particularidades que uma data de outros telemóveis, bem mais baratos... mas é um IPhone! E com o IPhone não se compete... mas porquê? Lá está novamente: um IPhone, é um IPhone! Depois de implementado este rótulo, o processo de regressão é bem difícil... Este caso é um excelente exemplo do fetichismo da mercadoria de Marx.


As imagens aqui apresentadas fazem parte da campanha publicitária do perfume J’Adore da Dior, no qual uma mulher escultural o representa, em poses que apelam à sexualidade. Escolhi um perfume para explorar o tema do fetichismo da mercadoria porque são um excelente exemplo de algo que adquire um valor completamente fora daquilo que realmente é, uma fragrância. Cria-se uma imagem, sobretudo de índole sexual, em redor desta mercadoria: em vez de a reduzir à sua essência, torna-se um símbolo de beleza, sensualidade e poder. As pessoas sentem-se atraídas por um determinado perfume graças à nuvem de promessas que paira sobre este, em vez de ser porque cheira bem. Eu própria sou um exemplo disto. Vi o anúncio do Parisienne da YSL com a Kate Moss e fui imediatamente à loja cheirar... desde aí que o uso.

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