Hoje em dia a publicidade tem um grande peso na sociedade, aparece um pouco por toda a parte, não só visualmente mas também psicologicamente. Com o seu intuito de seduzir, foi ganhando cada vez mais poder de influência sobre o consumidor que, embora se considere esperto o suficiente para não se deixar iludir por publicidade enganosa, se vai moldando inconscientemente ao que o rodeia. A sociedade de consumo desenvolve-se, e com ela desenvolvem-se ideias, preconceitos... No fundo, formam-se ideologias.
Como exemplo disso, a bastante conhecida marca AXE aproveita algo comum a todos os homens, o desejo de agradar e seduzir o sexo oposto, para criar toda uma ideia de que os seus produtos permitem atingir esse objectivo.
Apelando à sexualidade e sensualidade, as campanhas, camuflam um pouco a realidade para proveito da marca (como é costume na publicidade) baseando-se na ideia de que o cheiro é o ponto essencial, e quase único, da sedução.
“O poder de atracção do cabedal que desperta os instintos mais primitivos das miúdas”
“A fragrância com toque de almíscar que não as vai deixar indiferentes”
“A fragrância que muda ao longo do dia. Porque as mulheres aborrecem-se facilmente”
“Com AXE VICE elas não vão olhar a meios para te conquistarem. Vale tudo”
“Novo AXE ANARCHY, provoca o caos da atracção”
“Novo AXE EXCITE, nem os anjos resistem”
Através de slogans como estes, acompanhando os respectivos anúncios, a marca mantém uma ideologia constante, fazendo passar a ideia de que adquirindo o produto o consumidor conseguirá atrair o sexo oposto, provocar nele o desejo. Mais do que das características do próprio produto, a marca vive desta ideia, vende esta ideia. Independentemente do produto em questão e da suas inovações em relação aos anteriores, o argumento de persuasão utilizado é sempre o mesmo. Ou seja, pretendem aproximar o consumidor da marca, não através dos seus produtos (sem querer com isto questionar a sua qualidade), mas sim através daquilo que a marca representa.
E a verdade é que o consumidor acaba por se identificar com o produto, adquiri-lo e, ao utilizá-lo, aumentar a sua autoconfiança.
A questão central é a identificação da motivação emocional do consumidor. São factores internos e normalmente inconscientes que levam à compra de determinado produto. Trata-se da pulsão, da busca incessante do prazer
Clotilde Perez
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