domingo, 13 de janeiro de 2013

signos + ego = problema.

Da ultima vez que fiz um post neste blog lembro-me nitidamente de todo o processo. Já se aproximava da data limite para entrega do segundo post e eu sem ideias comecei a questionar tudo à minha volta à procura de um tema interessante. Por fim pensei, porque não tratar o Garfo? Um utensílio aparentemente indispensável nos dias de hoje mas que na realidade não precisamos fisicamente dele para nada uma vez que somos anatómicamente capazes de levar qualquer alimento ate à nossa boca com as próprias mãos.

Mas não vos vou aborrecer a falar mais do mesmo. Venho sim, testemunhar um problema, podemos dizer linguístico  que experienciei enquanto escrevia o post.

Sempre que escrevo algo que será lido por um público, seja ele qual for, e mesmo sabendo que de certa forma é anónimo, entro logo em "parafusos". Haverão psicólogos que argumentem que isto
e derivado de um problema de auto-estima e insegurança, que derivará por sua vez de teorias filosóficas de inserção e aceitação numa sociedade/cultura. Seja qual for a razão, a verdade é que em vez de me sair um discurso fluido, como talvez sairia cara-a-cara, penso demais sobre a escolha infinita de cada palavra para uma formulação objectiva de cada frase. Aconteceu, portanto, que com tantas "interrupções" na minha linha de pensamento, a meio do meu comentário já não me lembrava do que pretendia concluir.

Quero com isto mostrar que eu, ao querer manifestar linguísticamente (como geralmente acontece) uma ideia minha, fui de certa forma vítima desta pressão cultural de que todos devemos ser iguais, e cedi ao medo de escrever algo tão desviado do comum que fosse considerado absurdo ou simplesmente errado, que desviou o meu pensamento de tal ordem que me esqueci do que ia concluir. Incrível não é? As milhentas formas como o idealismo se manifesta mesmo nas coisas menos óbvias.

Sentir-me-ei "nua" depois de fazer este post, ou desconfortável como os protagonistas das fotografias de Rineke Dijkstra? Só vou saber depois de o submeter, mas algo me diz que apesar de ter alguma consciência do idealismo na nossa cultura, não consigo ser superior a ele. Não deixa de se tratar de um consenso geral e eu sou, afinal de contas, parte integrante desse geral.


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