Na
sociedade atual o conceito de corpo perfeito leva as pessoas a utilizarem-no
como objeto de integração na sociedade e no seu quotidiano. Não é estranha a
utilização do corpo como veiculo para atingir determinados fins, como por
exemplo, conseguir um trabalho, pertencer a um determinado grupo social,
aumentar a sua autoestima. Assim, o corpo é pensado como meio de comunicação
onde o olhar é apenas o primeiro instrumento nessa relação e de onde podemos
extrair uma pluralidade de dimensões: o olhar
individual (onde se revela o auto-reflexo), o olhar relacional (que tem a ver com a ação com os outros), o olhar ideal-tipo (que consiste na
perfeição do corpo) e o olhar ideológico
(que vai ao encontro do corpo com génese, com idade e com identidade). Deste
modo tendo o corpo uma dimensão fundamental na personalidade social do
individuo, é importante salientar-se o modo como na nossa sociedade consumista
é fácil excluir aqueles que não se enquadram no ideal-tipo de corpo.
Se
outrora a gordura era formosura, atualmente o corpo obeso é estigmatizado por
não se enquadrar na imagem corporal ideal e, enquanto o corpo magro é conotado
à futilidade já o “gordo” é relacionado com a preguiça. A pressão consumista constrói padrões de beleza e estilos de vida que,
invariavelmente, servem os interesses da indústria capitalista mas vão contra
os indivíduos pois, além de influenciarem os comportamentos, atuam
incisivamente sobre os corpos. Esta é a sociedade dos excessos que
encontra nos «fast food» o seu modelo máximo. A tendência é a globalização e
homogeneização comportamental que não leva em conta o individuo. Termino, deixando
aqui a questão já colocada por Lonnquist, Weiss: “Porque é que a sociedade coloca mais
ênfase na mudança de comportamentos individuais do que na mudança das
circunstâncias sociais que influenciam os comportamentos individuais?”
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