segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Sociedade dos excessos



Na sociedade atual o conceito de corpo perfeito leva as pessoas a utilizarem-no como objeto de integração na sociedade e no seu quotidiano. Não é estranha a utilização do corpo como veiculo para atingir determinados fins, como por exemplo, conseguir um trabalho, pertencer a um determinado grupo social, aumentar a sua autoestima. Assim, o corpo é pensado como meio de comunicação onde o olhar é apenas o primeiro instrumento nessa relação e de onde podemos extrair uma pluralidade de dimensões: o olhar individual (onde se revela o auto-reflexo), o olhar relacional (que tem a ver com a ação com os outros), o olhar ideal-tipo (que consiste na perfeição do corpo) e o olhar ideológico (que vai ao encontro do corpo com génese, com idade e com identidade). Deste modo tendo o corpo uma dimensão fundamental na personalidade social do individuo, é importante salientar-se o modo como na nossa sociedade consumista é fácil excluir aqueles que não se enquadram no ideal-tipo de corpo.


Se outrora a gordura era formosura, atualmente o corpo obeso é estigmatizado por não se enquadrar na imagem corporal ideal e, enquanto o corpo magro é conotado à futilidade já o “gordo” é relacionado com a preguiça. A pressão consumista constrói padrões de beleza e estilos de vida que, invariavelmente, servem os interesses da indústria capitalista mas vão contra os indivíduos pois, além de influenciarem os comportamentos, atuam incisivamente sobre os corpos. Esta é a sociedade dos excessos que encontra nos «fast food» o seu modelo máximo. A tendência é a globalização e homogeneização comportamental que não leva em conta o individuo. Termino, deixando aqui a questão já colocada por Lonnquist, Weiss:  “Porque é que a sociedade coloca mais ênfase na mudança de comportamentos individuais do que na mudança das circunstâncias sociais que influenciam os comportamentos individuais?” 

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