Hoje em dia, o povo encontra-se cada vez mais
alienado. Isto pela quantidade de realidades disfarçadas e eufemismos que
existem no nosso dia-a-dia. A verdade está escondida, seja por anúncios
televisivos, notícias, ou até pela nossa limitação de convivências habituais.
As pessoas agem por necessidade de agradar a todos, agem conforme a religião,
moda, tendência, influências. É dado valor a coisas e não a pessoas. É rejeitado
todo o tipo de vivência que não o nosso.
Estamos numa "liberdade" que não é.
Parecemos livres mas somos totalmente controlados pelo mundo em que vivemos.
Estamos na vida de olhos vendados, presos à
mentira que nos é dada a conhecer e acreditar.
Estamos de panorama cortado, de visão
afunilada, e não descobrimos nada do que há para ser descoberto. Não nos
interessamos sequer para tal, deixamo-nos permanecer na zona de conforto, cada
vez mais ampla, precisamos de ver a realidade real.
No entanto, a arte tem alguma função para
contrariar este facto.
A arte sempre serviu como uma forma de
comunicação - expressão, linguagem, algo que sempre veio do interior de um
sujeito, algo que se sente e que é então materializada. É uma forma de
conhecimento, de partilha, de união e, desta forma, consegue dar aos outros uma
visão que a maioria não conhece.
Esta revolta materializada é algo que tem n
interpretações diferentes, uma interpretação inteiramente pessoal. Ao observar
uma obra, consigo dar mais atenção a uns pormenores que outros, interligá-los,
descodificar o sentimento e informação que lá está presente, de forma singular
a que só a mim faz sentido. E muitas vezes, muitos olhos são
"abertos" à realidade através destas simples técnicas subjetivas e
abstratas.
Este serviço funciona mutuamente, pois os espectadores que vêm à
realidade através da arte estão a dar à mesma uma justificação de existência,
um motivo para continuar a existir e também pela sua garantia de continuidade e
função.
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