segunda-feira, 26 de novembro de 2012

men act, women appear

Referência ao post anterior de“olhares diferentes”.


Sabemos bem, que desde as primeiras civilizações humanas devolveram-se os papéis sociais e tradicionais dos dois sexos; do homem com o estereótipo de ser forte e protetor, e da mulher, o sexo fraco e inválido.
Como já o Sr. Freud dizia; a legislação e a tradição deram através dos séculos às mulheres os direitos privilégios, mas a situação da mulher em si não mudou do que é na realidade é...

E nessa realidade aparecem as mulheres como o gênero passivo, enquanto os homens são ativos.

Uma explicação dessa tese encontra em diferentes obras de arte, da Idade-Média até nos dias de hoje... Precisa só de pensar em 30 obras da importância e conta, quantas vezes existe uma representação do sexo feminino.
Em vez de estar em frente da tela ativa, vemos mulheres em todo o lado atras da tela, portanto numa posição passiva.
Existem vários exemplos de grandes obras artísticas feitos por mulheres, por exemplo no renascimento (entre outras Artemisia Gentileschi), infelizmente muitas vezes pouco conhecidas.

Esse olhar, que já parece em ser uma forma voyeurística, reproduz o significante da imagem a uma definição puramente sexual. (1.)

Nos anos 80 e 90, houve um grupo de ativistas feministas determinado em apontar esta desigualdade de gênero em artes; os Guerilla girls. Outras artistas femininas (como entre outras a Judy Chicago ou Elke Krystufek) seguiram e focaram nos seus trabalhos apenas na temática de papeis de genêro. (2.)

Hoje em dia só é preciso pensar num dos melhores exemplos de uma representação “passiva” de mulheres... Uma coisa que se chama facebook.

Somos sem dúvida uma sociedade muito relacionada com a nossa aparência física e à representação do corpo. 

São as mulheres que ditam estas "obrigações" a si mesmas. São as mulheres que mudam o seu olhar para um olhar masculino.” - Concordo totalmente com a citação. E apropriado a isso tenho um exemplo simples de uma experiencia de uma amiga minha, que aparecia nas ruas no verão durante duas semanas com as pernas não depiladas. Os olhares esquisitos que acompanhavam-na, eram só das mulheres.


Queria acabar com mais uma citação do Berger.
To be born a woman has to be born, within an allotted and confined space, into the keeping of men. The social presence of women is developed as a result of their ingenuity in living under such tutelage within such a limited space. But this has been at the cost of a woman's self being split into two. A woman must continually watch herself. She is almost continually accompanied by her own image of herself. Whilst she is walking across a room or whilst she is weeping at the death of her father, she can scarcely avoid envisaging herself walking or weeping. From earliest childhood she has been taught and persuaded to survey herself continually. And so she comes to consider the surveyor and the surveyed within her as the two constituent yet always distinct elements of her identity as a woman. She has to survey everything she is and everything she does because how she appears to men, is of crucial importance for what is normally thought of as the success of her life. Her own sense of being in herself is supplanted by a sense of being appreciated as herself by another....One might simplify this by saying: men act and women appear. Men look at women. Women watch themselves being looked at. This determines not only most relations between men and women but also the relation of women to themselves. The surveyor of woman in herself is male: the surveyed female. Thus she turns herself into an object -- and most particularly an object of vision: a sight.”
























1.) Jean Auguste Dominique Ingres, Le Bain Turc”;  Louvre, Paris




 2.) Sarah Charlesworth, “Figures” - de objectos com desejos sexuais; Brooklyn Museum, NY

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