Sejam homens
ou mulheres, ninguém consegue ficar indiferente a este nome… Mas afinal do que
se trata a Victoria’s Secret? Nada mais, nada menos do que a maior marca de
Lingerie dos Estados Unidos da América e a mais conhecida do mundo inteiro.
O que é uma
marca? As marcas começaram há milhares de anos, entre criadores de Gado, onde
surgiu a necessidade de marcarem os seus animais de modo a que estes não fossem
confundidos nem roubados pelos vizinhos.
Hoje em dia, para
além da função directa de identificação do produto e garantia de qualidade, o
que as marcas realmente procuram é tornar o valor de uso de um determinado
produto ou serviço num valor de troca muito mais elevado. A marca garante que
ao comprar aquele produto, as pessoas passam a integrar um mundo idealista (de
falsa consciência) de acordo com os sonhos de cada determinado grupo (target). Chamemos a isto o valor
acrescentado de uma marca.
O que é a
Lingerie? Ao longo dos anos, os seres humanos foram-se tornando
seres envergonhados criando roupas para tapar os seus próprios corpos. As
tecnologias foram evoluindo e com elas a ideologia, ao ponto em que nos
tornamos verdadeiras cebolas de tanta roupa que vestimos. É debaixo de todas estas camadas que encontramos a roupa interior. Com o tempo, parece que estas camadas se foram
perdendo, especialmente nos países de sol, e o que em tempos tinha a função
útil de nos proteger, hoje usamo-la para atrair
(ambas atitudes ideológicas). Em Francês, a palavra refere-se a toda a roupa
interior de homem ou de mulher. Para o resto do mundo ficou este nome para
referenciar roupa interior visualmente atractiva e erótica.
No mundo em
que vivemos, onde as mulheres são feitas debaixo de um olhar masculino, a marca
Victoria´s Secret soube aproveitar esta motivação de tal maneira que aquilo que
num mundo realista seriam “trapos” de 30cm²com
o propósito de tapar aquilo a que se consideram zonas “intimas”, sejam hoje
verdadeiras maquinas de fazer dinheiro.
Como? The Victoria ’s Secret Fashion Show. Um espectáculo
anual, onde desfilam as maiores super modelos de cada ano, vestidas (ou
despidas) com criações da marca, divertidas, debaixo de confettis e purpurinas,
ao som de grandes estrelas de pop! Assistido por um entourage de músicos,
modelos, actores e outros milionários/as, criou-se ali um núcleo idealista, em
que o comum dos homens quer ser o namorado sentado na plateia a aplaudir a sua
super modelo, e o comum das mulheres quer ser aquela mulher que desfila
venerada por todos os homens que a vêem. “Your
wish is my command!” disse a marca. Hoje basta entrar numa das várias lojas
Victoria’s Secret, e à distância de um cartão de crédito, qualquer um pode
pertencer a este mundo. Os homens podem levar para casa uma Victoria’s girl, e
as mulheres ao vestirem esta lingerie, sentem-se umas verdadeiras super
modelos! Que sorte…
Será que a
realização deste sonho cultural/social, como o de tantos outros equivalentes
nos tornam pessoas verdadeiramente felizes e realizadas naqueles instantes em
que pertencemos a este tal mundo de luxúria, atracção, sensualidade e sedução? Isso
já é outra questão.
A Victoria’s
Secret é mais uma prova de que hoje em dia, o valor dos objectos se tornou mais
elevado do que o valor da própria vida humana. Será provavelmente mais
importante para um homem que a sua mulher se assemelhe fisicamente a uma Victoria’s Angel, e que transporte aquilo a que consideramos o valor acrescentado da marca (coisa), do que o valor das suas características intrínsecas enquanto Ser que fazem com que ela seja única no mundo.
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