Desde cedo que o ser humano é instigado a criar uma aversão a
certos símbolos, noções ou movimentos. A necessidade de mover as massas pela
aceitação da tolerância de um líder/religião/noção surgiu desde cedo nos
primeiros aglomerados populacionais. Logicamente como eram mais do que um,
isolados do mundo, onde a sua realidade estava restrita
à própria tribo, esses agregados criaram uma ideia tolerante quanto à
sua cultura e aversão a culturas estranhas. E tem sempre sido assim
especialmente quando o indivíduo não é confrontado com diferentes realidades
durante a sua vida.
Quando surge algo estranho ao hábito há uma guerra para que a lei
da sobrevivência se sobreponham e as minorias caem. No entanto são sempre as
minorias que fazem grandes mudanças, é a vontade de mudar que no final, mesmo
que através de sacrifícios de sobrepõe.
Foi pelo início do séc. XX que a ideia de anarquia começou a ser
popularizada como desordem, caos e violência. Talvez pela necessidade da
sociedade se querer erguer como "civilizada" mesmo que claramente não
o seja e o consigamos observar nos pormenores mais obscenos do ser
humano. Mesmo nos orgãos formados supostamente para manter a paz quando há
poder a violência vem agregada, seja pela inquisição ou pelo poder
absoluto, autoritarista e ditatorial.
A anarquia pura é na verdade uma utopia, praticamente impossível
de ser realizada. Por quê? Por que pressupõe um respeito de indivíduo para
indivíduo, um respeito para os outros e para connosco mesmos mas
sobretudo para com a vida. Um dos lemas popularizados pela anarquia é "No
Gods, No Masters.""Ni dieu ni maître!"
- an anarchist, feminist and labour slogan)que surge na história como um
lema feminista e de defesa do trabalhador. Anarquia não é o caos mas
o reconhecimento do papel individual de cada um para benefício do grupo. É a
ausência de uma hierarquia mas o reconhecimento mutuo e responsável de
cada um. Quando pedimos que se imagine um mundo anárquico a maioria das pessoas
pensariam em grupos de vândalos a violar propriedades, abusar
direitos, roubar pelo gozo de roubar, algo saído A Clockwork Orange. Não é esse o objectivo. Por exemplo, na troca
de bens, o esforço de outrem seria reconhecido, haveria sempre algo em troca
por que a honra e respeito estariam acima de tudo.
Há que ponderar seriamente os valores humanos e socialistas. Infelizmente duvido que uma anarquia alguma vez funcionasse pois a perversão humana, a falta de princípios e o querer superar os outros seja por que meios for é demasiado grande e sempre se demonstrou assim na história e na vida pessoal que cada um de nós enfrenta. Mas talvez, se as mentes forem correctamente cultivadas, consigamos atingir um certo nível de paz. Afinal estamos sempre à procura de melhor, e o melhor começa pela educação, não só intelectual e física, mas também espiritual e que visa a introspecção pois para estarmos bem com o mundo necessitamos de estar bem como indivíduos que somos.
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