domingo, 2 de dezembro de 2012

Anarquia, Ordem e Paz



Desde cedo que o ser humano é instigado a criar uma aversão a certos símbolos, noções ou movimentos. A necessidade de mover as massas pela aceitação da tolerância de um líder/religião/noção surgiu desde cedo nos primeiros aglomerados populacionais. Logicamente como eram mais do que um, isolados do mundo, onde a sua realidade estava restrita à própria tribo, esses agregados criaram uma ideia tolerante quanto à sua cultura e aversão a culturas estranhas. E tem sempre sido assim especialmente quando o indivíduo não é confrontado com diferentes realidades durante a sua vida. 
Quando surge algo estranho ao hábito há uma guerra para que a lei da sobrevivência se sobreponham e as minorias caem. No entanto são sempre as minorias que fazem grandes mudanças, é a vontade de mudar que no final, mesmo que através de sacrifícios de sobrepõe.

Foi pelo início do séc. XX que a ideia de anarquia começou a ser popularizada como desordem, caos e violência. Talvez pela necessidade da sociedade se querer erguer como "civilizada" mesmo que claramente não o seja e o consigamos observar nos pormenores mais obscenos do ser humano. Mesmo nos orgãos formados supostamente para manter a paz quando há poder a violência vem agregada, seja pela inquisição ou pelo poder absoluto, autoritarista e ditatorial.  

A anarquia pura é na verdade uma utopia, praticamente impossível de ser realizada. Por quê? Por que pressupõe um respeito de indivíduo para indivíduo, um respeito para os outros e para connosco mesmos mas sobretudo para com a vida. Um dos lemas popularizados pela anarquia é "No Gods, No Masters.""Ni dieu ni maître!" - an anarchist, feminist and labour slogan)que surge na história como um lema feminista e de defesa do trabalhador. Anarquia não é o caos mas o reconhecimento do papel individual de cada um para benefício do grupo. É a ausência de uma hierarquia mas o reconhecimento mutuo  e responsável de cada um. Quando pedimos que se imagine um mundo anárquico a maioria das pessoas pensariam em grupos de vândalos a violar propriedades, abusar direitos, roubar pelo gozo de roubar, algo saído A Clockwork Orange. Não é esse o objectivo. Por exemplo, na troca de bens, o esforço de outrem seria reconhecido, haveria sempre algo em troca por que a honra e respeito estariam acima de tudo. 

Há que ponderar seriamente os valores humanos e socialistas. Infelizmente duvido que uma anarquia alguma vez funcionasse pois a perversão humana, a falta de princípios e o querer superar os outros seja por que meios for é demasiado grande e sempre se demonstrou assim na história e na vida pessoal que cada um de nós enfrenta. Mas talvez, se as mentes forem correctamente cultivadas, consigamos atingir um certo nível de paz. Afinal estamos sempre à procura de melhor, e o melhor começa pela educação, não só intelectual e física, mas também espiritual e que visa a introspecção  pois para estarmos bem com o mundo necessitamos de estar bem como indivíduos que somos.








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