O homem moderno que tanto procura ser tudo aquilo
que a sociedade diz que podemos ser. Uma sociedade consumista, que fala em
economias quebradas mas que nos lança em inutilidades que vemos como pequenos
luxos pessoais, "já mereço qualquer coisa, vou comprar" dizemos
inocentemente a nós mesmos sem nos apercebermos o quão viciado estamos no
sistema de que tanto nos queixamos.
Tudo é pensado e formatado, preparado e embalado
para chegar as nossas mãos e dentro das nossas casas, aonde aqui se acumula aos
outros objectos de que tanto necessitamos e que no fundo são inúteis ou então
corrompidos para a inutilidade. Mas serve o seu propósito temporário, acabando
por nos desiludir e, assim continuamos à procura do "eu", consumindo
mais e aumentando a nossa colecção de inutilidades. Podemos ser tudo o que
queremos, basta a televisão mostrar o quão credível o ridículo pode ser para
nos convencer.
Esta sociedade que dizemos livre e justa, cheia
de oportunidade e liberdade de expressão encosta se orgulhosamente na sua
tecnologia, maravilhados com livros que imitam sons de vacas quando abertos,
com luzes brilhantes, levando-nos a dizer, a sorrir falsamente, "inventam
de tudo hoje em dia".
Este é o caminho correcto, este que a nossa
tecnologia possibilitou, só poderá ser, pois já aprendemos com os nossos erros
do passado, somos mais sábios e avançados, somos homens e mulheres modernos.
Mais informação, mais rápida, mais comunicação, mais juntos.
Esquecemos o que é realmente ser humano, estar
vivo e respeitar a ligação que temos com todo o mundo natural. Estamos num pedestal
muito alto onde apenas a queda será maior.
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