terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Homem Moderno





O homem moderno que tanto procura ser tudo aquilo que a sociedade diz que podemos ser. Uma sociedade consumista, que fala em economias quebradas mas que nos lança em inutilidades que vemos como pequenos luxos pessoais, "já mereço qualquer coisa, vou comprar" dizemos inocentemente a nós mesmos sem nos apercebermos o quão viciado estamos no sistema de que tanto nos queixamos. 

Tudo é pensado e formatado, preparado e embalado para chegar as nossas mãos e dentro das nossas casas, aonde aqui se acumula aos outros objectos de que tanto necessitamos e que no fundo são inúteis ou então corrompidos para a inutilidade. Mas serve o seu propósito temporário, acabando por nos desiludir e, assim continuamos à procura do "eu", consumindo mais e aumentando a nossa colecção de inutilidades. Podemos ser tudo o que queremos, basta a televisão mostrar o quão credível o ridículo pode ser para nos convencer. 

Esta sociedade que dizemos livre e justa, cheia de oportunidade e liberdade de expressão encosta se orgulhosamente na sua tecnologia, maravilhados com livros que imitam sons de vacas quando abertos, com luzes brilhantes, levando-nos a dizer, a sorrir falsamente, "inventam de tudo hoje em dia". 

Este é o caminho correcto, este que a nossa tecnologia possibilitou, só poderá ser, pois já aprendemos com os nossos erros do passado, somos mais sábios e avançados, somos homens e mulheres modernos. Mais informação, mais rápida, mais comunicação, mais juntos. 

Esquecemos o que é realmente ser humano, estar vivo e respeitar a ligação que temos com todo o mundo natural. Estamos num pedestal muito alto onde apenas a queda será maior.

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