terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Preguiça

                Ao nascermos somos inseridos numa sociedade formatada, onde nada deverá ser questionado. Para melhor compreendermos este fenómeno de mimificação em relação ao outro temos de compreender o conceito de ideologia. Marx define ideologia como a  visão distorcida que cada um tem do mundo, porque o Homem observa consoante toda a sua experiência de vida sociocultural, o que é incorrecto “Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência” (Marx, Karl e Engels, Friedrich, A Ideologia Alemã: pag.26)


             Esta padronização da consciência do Homem, leva-o a elaborar conotações fixas. Por exemplo: não me apetece fazer esta publicação no blog porque tenho preguiça. PREGUIÇA! Mas que raio de desculpa! Nesta sociedade a preguiça é apenas um entrave ao progresso! A ideologia não permite ao Homem interrogar os conceitos base e faz com que, muitas vezes, o que realmente é a sua intuição primordial seja negada. Se alguém sobrepõe a vontade ao dever, a sociedade tem o papel de o excluir da razão. Isto leva o Homem a fazer os julgamentos mais definitivos e interrogáveis sobre o que deve ser a sua passagem pelo Mundo. Mesmo que se desvie desta estrada, já tão demarcada, que percorre e sinta um pouco de satisfação, o sentimento de estar a fazer algo errado, irá sobrepor-se…


           Todos nós somos ideologia. É importante percebermos que a ideologia pode ser uma barreira, impedindo-nos de pensar coisas fantásticas. Contudo, todavia, porém, e, nem, não, só, mas, também, se a ideologia dominante não me tivesse transmitido o conceito de obrigatoriedade e obediência eu não estaria a fazer esta publicação e teria ficado a dormir a manhã toda.

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