terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Identidade Individual



Parte do filme “O Clube Dos Poetas Mortos” 
(original:“Dead Poets Society,1989)   



  O filme “Dead Poets Society”, de Peter Weir, explora o conceito de individualismo e, nesta passagem, John Keating, professor de Inglês incentiva os seus alunos a assumirem a sua individualidade e inconformidade através de um simples exercício prático, ao encontrarem um modo de andar único, diferente de todos os outros. Até que ponto conseguiremos manter a individualidade, quando estamos tão ligados à sociedade e à ideologia da mesma?

"Robert Frost said, "Two roads diverged in a wood and I, I took the one less traveled by, and that has made all the difference." Now, I want you to find your own walk right now. Your own way of striding, pacing. Any direction. Anything you want. Whether it's proud, whether it's silly, anything." (Dead Poets Society)


  Vivemos num mundo cultural, ideológico e hegemónico, constantemente pressionados a adoptar determinados comportamentos e formas de pensar. Todos os dias, somos bombardeados com anúncios publicitários, programas televisivos, esquemas de marketing, que nos manipulam e exploram segundo padrões e concepções já pré-definidas. Somos produto de uma segmentação, em que não somos nós que decidimos enquanto consumidores, mas sim o perfil de consumidor (já definido) que integramos e assumimos, sem sequer nos apercebermos disso, uma vez que, dentro da Ideologia, a tomamos como óbvia e não a interrogamos. Somos indiscriminadamente rotulados e valorizados consoante o nosso contexto social, ao qual nos sujeitamos sem contestar. Estamos constantemente a ser julgados pelas nossas diferenças. Vivemos conformados e, muito raramente, questionamos aquilo que realmente precisa de ser questionado, qual é o sentido das coisas que nos rodeiam.

  Estamos cheios de hábitos que não nos confortam, mas que adoptamos para nos integrarmos. Sentimos uma enorme necessidade de aprovação, e pressão para nos integrarmos em grupos sociais, e enquadrar em modelos e tendências, quando por vezes isso implica a perda ou supressão dos nossos ideais e valores, que tende à perda na nossa identidade. Será, então, que, mesmo tão inseridos na Cultura e na Ideologia, há espaço para a individualidade?

  Esta é uma questão sempre presente no filme, e aqui ilustrada, nesta passagem. Ainda que todos os dias sejamos sujeitos à pressão social, e sabendo que esta nos leva à tendência para adoptarmos a Ideologia dominante, o desafio é conseguir olhar esse ambiente que nos rodeia, e mais do que isso, observá-lo e ter uma percepção crítica sobre o mesmo. Isto passa por nos questionarmos sobre aquilo que temos como óbvio e certo, e fugir ao estereótipo, à superficialidade, ao que toda a gente copia sem se aperceber ou saber porquê. O indivíduo constitui-se por aquilo que o singulariza e distingue; das convicções e ponto de vista próprios, que deve preservar, em vez de os subjugar em prol de outros. Enquanto sujeitos precisamos de nos pensar e construir, e o único lugar onde alguém pode encontrar a sua verdadeira identidade é em si mesmo. É, portanto, importante e necessário o exercício de descoberta pessoal, e crescimento individual para nos podermos definir como Indivíduos e determinarmos o nosso papel na sociedade.

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