terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Barganha na Arte

 

                                          

     Tudo é arte e nada o é.
     Num mundo onde o imediatismo é a palavra-chave, e em que todos podem ter os seus "15 minutos de fama", acabamos por ser bombardeados por tanta frivolidade que o nosso julgamento crítico muitas vezes se resume a um mero "gosto disso".
     A cultura agora é mais democrática, mas perdeu muito do seu valor e da sua capacidade de educar. Tornou-se entretenimento, e assim, nos poupou o esforço de contemplar, refletir e criar nosso próprio juizo de valor.
     Dentro deste contexto, como podemos definir o que é arte?
     As teorias do valor estético, como o instrumentalismo -onde um objeto estético tem valor instrumental se esse objeto tem a capacidade de provocar uma experiência estética de magnitude elevada- e o hedonismo - busca do prazer- se acanham face ao propagandismo. Este, incita-nos a buscar valores naquilo que é moda.
     Dentro das artes plásticas temos duas situações preocupantes: a supervalorização e a desvalorização da arte.
     A primeira, com o apoio de (alguns) críticos, galerias e beneméritos de arte tem supervalorizado a mediocridade e leva obras de uma qualidade artística duvidosa a atingirem preços no mínimo impróprios ( infeliz quem os compra). A segunda, muito mais triste, onde o artista é marginalizado na sua obra, obrigado a lhe dar um preço irrisório face ao seu talento para dela poder sobreviver ( junto àqueles que não a sabem apreciar).
    Assim sendo, parece que desapareceu a diferença entre valor e preço.
    Que a arte seja democrática, não me oponho. Mas perder aquilo que faz dela arte, ou seja, elevar nosso espírito a um patamar superior, é-me aterrador.
    Sentimentalismos a parte, quem sou eu pra saber o que é arte. Pois, como diz Orcar Wilde " A arte não é  expressão de nada, a não ser de si mesma".

Links úteis:
http://www.alfredo-braga.pro.br/ensaios/valordaarte.html
http://contextoedebate.blogspot.pt/2008/04/desvalorizao-da-arte.html

Ver também:
Lisboa (2012), Entrevista: Mario Vargas Llosa. Nobel de literatura fala..., p.36, Revista Sábado, 13/12

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