Segundo
o texto “O carácter de feitiço da mercadoria
e o seu segredo” do livro O Capital:
Crítica da Economia Política, Karl Marx utiliza a ideia de fetiche (feitiço)
da mercadoria para referir-se ao conceito económico e ideológico da mercadoria
que assume na sociedade capitalista.
Para
uma melhor compreensão do seu significado, decidi consultar o Dicionário da
Língua Portuguesa: “objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder
mágico ou sobrenatural”, ou seja, esse poder mágico e/ou sobrenatural consiste
no poder que os produtos exercem sobre o consumidor.
Para
Karl Marx, estes produtos que se tornam como mágicos conseguiram ultrapassar a
lei natural do seu valor de uso. Enquanto valor de uso não há nada de
misterioso, pois apenas satisfaz necessidades humanas. O trabalho humano
transforma as propriedades do produto, convertendo-o numa coisa sensível com
carácter místico que se afasta do conceito do seu valor uso.
Nos
dias de hoje, em que tudo gira à volta da Publicidade e do Marketing qualquer
consumidor tem um telemóvel, para fazer
chamadas e para mandar mensagens, mas muitos não pretendem apenas um telemóvel,
mas sim um “topo de gama”, como por exemplo um Iphone. Isto acontece, devido à grande publicidade do Iphone, que aparece
constantemente na televisão, nas revistas e na internet, e também devido ao
grande sucesso da marca e do grande profissionalismo do seu fundador, Steve
Jobs. Assim o consumidor vê este produto como um meio de satisfação dos seus
desejos, de ascensão social, de estar na moda, para assim, poder parecer bem
aos olhos dos outros.
O
produto adquire a forma de uma relação
social.
O
consumidor ao adquirir o telemóvel Iphone pretende marcar a diferença, é um
status social que só é acessível a alguns, um meio de satisfação dos seus
desejos que estão reflectidos na sociedade através do significado deste
telemóvel topo de gama.
Este
fetichismo não é só aplicado a um ou a dois, mas a todos os consumidores que
são injetados e influenciados por estes anúncios, sendo a publicidade a grande
responsável por esta “magia”, na sociedade dos dias de hoje. É por isso que
este fetiche que o Iphone provoca através da publicidade, transforma-se numa
necessidade, quase obrigatória. Na maioria das vezes, em que isto acontece, o
objecto torna-se numa primeira necessidade, o que nem sempre é verdade, o
consumidor precisa de um telemóvel, mas não necessariamente de um topo de gama.
Isto
significa que o valores foram subvertidos. O
valor de uso torna-se opcional e até dispensável e o valor ilusório e
fantasmagórico que o produto promete torna-se fundamental para o homem de uma
sociedade.
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