Conta-me como será !

Cada vez mais me apercebo que estamos mais e  mais dependentes de mais e mais coisas, produtos que nos vão "fazendo falta" à medida que tomamos consciência da sua existência, ou que são colocados a nossa disposição no mercado.

A série "conta-me como foi", transmitida na RTP1 aqui há uns tempos, permitiu-me reflectir sobre essa dependência  Existe uma resistência inicial da nossa parte sobre o produto , que acaba por "persuadir-nos" numa segunda fase, tornando-se imprescindível no nosso dia-a-dia , e de importância tal , que se chega a tornar inconcebível para nós viver sem a sua presença.

Esta série remete-nos para o fim dos anos sessenta, e  retrata através de uma família de classe média baixa, o modo de viver e pensar de uma sociedade ainda fechada sobre si , os papeis, os sonhos e as  ambições sociais dos homens, jovens e idosos desta época.
Época de grandes mudanças e grande evolução  a muitos níveis, desde as inovações na moda, vestuário e penteados, aos novos produtos tecnológicos... O aparecimento da televisão, da máquina de lavar , o deslumbramento pelo carro , etc ; mostra a forma como a sociedade foi aderindo à inovação , passando por uma fase de resistência principalmente pela parte dos idosos , no caso desta família muito presente na avó .
Estou-me a lembrar do episódio em que a família compra uma maquina de lavar la para casa , e na insistência da avó em não querer utiliza-la, pois não fazia falta , passado uns tempos a própria começa a aperceber-se dos benefícios que esta lhe oferece, deixando-se seduzir pela maquina ,e  "já não quer outra coisa ", poupa-lhe tempo e trabalho.

Assim como a máquina de lavar ou a televisão foram produtos que de tornaram imprescindíveis no dia a dia da sociedade , temos mais recentemente os telemóveis com câmara fotográfica , as maquinas digitais , os mp3 , entre tantas outras tecnologias que num momento não eram necessárias e passaram a ser ao aparecerem nas nossas vidas e no nosso dia a dia.

Hoje uma criança quando nasce já tem computador em casa aos 5 anos já tem telemóvel próprio, coisas que eu não tive nem sentia a sua falta , não falando dos meus pais e avós , que viveram na época que esta serie retrata , em que jogavam ao pião em vez de no computador ou na playstation, e que pensavam no Festival da Canção em vez de em "Morangos com Açúcar"

Como será no futuro? 
Perante a grande evolução que se está a assistir nos últimos anos, será que a importância das novas tecnologias irá sobrepor-se à importância do próprio homem ?