segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ironia da originalidade



O que é que significa ser original? O que é que isso implica?O que é que leva alguém a querer ser original? É uma forma de liderança, irreverência, distinção? Uma forma de sobressair na sociedade monótona ou de chamar à atenção?


O sentido de originalidade actualmente está completamente distorcido. Tal coisa como ''ser diferente'' não passa de mais uma tendência comercial e, ironicamente, é aquilo que torna toda a gente tão igual.
Reparo que há permanente uma contradição em quererem enquadrar-se nos padrões e quererem ao mesmo tempo sobressairem-se deles. Por um lado, querem seguir as modas, mas por outro querem ter o seu próprio estilo pessoal. Vão arranjar uma tatuagem, para se sentirem diferentes, mas depois escolhem fazer um desenho que já milhões de pessoas fizeram. Transformam marcas de resistência em facturação nas grandes lojas.

Ser diferente”, na cultura em que eu vivo e respiro, é essencialmente na aparência. Quando ouço alguém dizer ‘ah ela e tão diferente’ é porque ela tem uma crista verde ou porque usa meias que não condizem com o casaco. Dizem que o estilo dela é original porque está a usar algo que ninguém do círculo social dela usa.
Acredito que a aparência devia ser o reflexo da nossa personalidade; talvez ela queira o cabelo verde porque quer e porque gosta, mas a verdade, é que muitas vezes o cabelo verde é consequência do facto do cabelo castanho ser muito comum, muito ‘mainstream’, e dá muito mais nas vistas ter o cabelo duma cor fluorescente, ou seja, é uma boa forma de chamar atenção.

Ser diferente apenas por ser diferente, só faz com que se seja igual a toda a gente. Porque a nossa originalidade está na nossa essência, mentalidade. Não somos originais nem diferentes por causa da roupa que usamos ou do penteado que temos, mas sim pela nossa personalidade, por aquilo que realmente somos e acreditamos e pelas nossas escolhas. Somos originais, diferentes e únicos por sermos quem somos, e não por querermos parecer aquilo que os outros esperam (ou não esperam) de nós.






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