“Imaginemos um típico casal
que apenas possui uma única televisão em casa, a qual encontra-se na sala de
estar. Alguém abre a porta, trata-se do “homem da família” que entra em casa e,
assim que entra, mal dá dois passos, vai logo directamente para a sala de
estar, ligar a sua televisão para assistir ao jogo de futebol, enquanto isto, a
sua esposa encontra-se na cozinha a confeccionar o jantar. Entretanto, o jogo
termina e começa a novela da tarde. Mal a mulher houve o som do genérico da sua
novela, vai a correr em direcção à sala de estar para ver o seu programa, ora,
o marido, está tão confortável no seu cadeirão, que vê-se obrigado a visionar a
novela da sua esposa e, enquanto isto, o jantar fica por fazer. Após a novela,
inicia-se o jornal nacional e, de seguida, outra novela. Ora, passam horas e
ambos permanecem “colados” ao ecrã da televisão, o jantar fica por fazer,
acabam por comer algo menos saudável, em frente ao ecrã da televisão.”
Embora este texto demonstre,
com um certo exagero, a submissão dos indivíduos em relação à televisão, não
deixa de analisar também a realidade dessa mesma submissão, ora, cada vez mais
é uma veracidade o facto das pessoas se tornarem “escravas” da televisão. É certo
que esta situação pode trazer graves consequências, como é o caso da falta de
diálogo entre as famílias, visto que as pessoas deixam de querer saber da
presença dos outros para, exclusivamente, visualizar o seu programa de
televisão.
O facto de, nos dias
que correm, as pessoas estarem constantemente a queixarem-se do “stress”,
leva-me a pensar que a televisão terá algo a ver com este facto. Ora, quando
penso em “stress”, penso em “rotina”, “monotonia”, “saturação”, entre outros. É
certo que, para combater o “stress” a população deveria sair de casa e fazer
algo relaxante, como, dar um passeio pela rua, ter um hobbie que a libertasse
da rotina do dia-a-dia. Mas a mesma acaba sempre por ficar em casa, num espaço
mais confortável, sem fazer qualquer esforço físico, fazendo algo tão rotineiro
como assistir a um programa televisivo que se repete, dia após dia, e não nos
liberta em nada da saturação sentida na nossa vida.
Outra grave consequência
da existência da televisão é o crescente abismo que se cria entre as pessoas de
uma família, tudo isto, uma vez mais, causado pela dependência das pessoas em
relação à televisão.
Em suma, penso que a
televisão, para além das suas múltiplas funções dentre as quais se distinguem
as culturais e as recreativas, deve possuir um carácter essencialmente
informativo, ora, nem sempre este é bem conseguido, pois, nem sempre é
conseguida toda a verdade, a qual todos nós temos direito. Logo, eu concluo que
a televisão está a tornar-se num objecto de entretenimento, tendo em conta que
os programas lúdicos são os que têm mais audiências, e, cada vez menos, um meio
de informação que a população tanto necessita.
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