Há
dias atrás, ao ouvir «This Is The Man`s
World» do álbum «Seal Soul Live» na
companhia de uma amiga minha, surgiu-nos a questão de vivermos numa sociedade
construída e regulada pelos homens e onde a mulher parece não ter qualquer
papel influente nas decisões das nossas vidas. Mas será que é mesmo assim? É a
mulher realmente tão frágil que necessita da proteção constante do homem?
Em
praticamente todas as sociedades, principalmente as ocidentais, nascermos homem
ou mulher define o nosso destino como dominadores ou dominados. E se olharmos
para o mundo como um local onde tudo está interligado e interdependente, verificamos
que mesmo a mulher que nasce com carácter forte e dominador, não tem o caminho
facilitado porque tem de se relacionar dentro de uma matriz social e política previamente
construída e estabelecida em termos de dominação masculina. De modo geral, os
atributos masculinos, depois de colocados ao serviço da sociedade, são formadores
de consciência, quer individual quer social, e aqueles que dão forma e orientam
os diferentes estilos de vida de todos nós, quer se nasça homem ou mulher, determinando,
esses atributos, a nossa posição na hierarquia de forças em jogo no teatro da
vida.
Mas
sendo esta dominação masculina uma realidade observável, não devemos, no
entanto, considerar esta ideia como única ou absoluta no movimento da vida social
pois é no quotidiano de cada um de nós, das famílias e dos cidadãos que esse
movimento impõe variações na estrutura dominante. É nesses espaços de vivência
que o elemento feminino resiste e retira do total dominador masculino detalhes
que fraturam esse poder e criam espaços singulares de dominação feminina,
fundamentando o especial significado de um poder que, mesmo invisível, é
infalível na sua eficácia. E essa eficácia está de tal modo incorporada em nós
e no nosso quotidiano que, sabemos da existência de um poder feminino e todos o
reconhecemos silenciosamente. Mas se o reconhecimento social desse poder é a
sua eficácia, o seu método é, portanto, infalível: convencer o dominado de que
é ele mesmo quem detém o poder…
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