segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Estamos todos alienados!



Na sociedade actual, fruto da industrialização e da globalização, o homem tornou-se cada vez mais alienado do trabalho que produz.
O mais importante para o homem passou a ser  produzir a mercadoria ao mais baixo preço, com qualidade e em maior quantidade, levando cada vez mais as grandes empresas a produzirem onde a mão-de-obra é mais barata, o que, com a globalização, tem levado à deslocalização das empresas para os países onde mais beneficiam, nomeadamente para a China,  entre outros, não implicando a maioria das vezes o aumento de riqueza dos trabalhadores que produzem a mercadoria, muito pelo contrário, estes têm um baixo nível de vida e salários miseráveis.

 O trabalho alienado produz para satisfazer as necessidades do mercado e não do trabalhador.
O trabalho humano cada vez mais é feito por máquinas, com elevada produtividade, aumentando o desemprego o que faz com que os que ainda têm emprego aceitem baixos salários para não serem substituídos. Assim, o trabalhador quanto maior número de bens produz, torna-se ele próprio cada vez mais em mercadoria mais barata, tal como referiu Karl Marx.

Com a industrialização, o trabalho passou a ser cada vez mais especializado, subdividido em múltiplas operações, levando à criação de grandes linhas de montagem com o objectivo de economizar tempo e aumentar a produtividade. A título de exemplo verifica-se na indústria automóvel, onde os trabalhadores efectuam um trabalho rotineiro com o auxílio de máquinas altamente especializadas. Há uma grande fragmentação do trabalho que conduz a uma fragmentação do saber, onde o trabalhador perde a noção do processo produtivo, levando-o à sua alienação.

Associadas a esta mesma alienação posso criar um certo paralelismo com duas obras que tratam este mesmo tema de forma diferente. Uma delas é o filme “Tempos Modernos” protagonizado por Charles Chaplin , é uma crítica ao trabalho das fábricas
onde o trabalhador passava numerosas  horas seguidas a fazer movimentos repetitivos sem parar, tornando-se numa loucura.


O outro exemplo é  a “Ode Triunfal” ,onde Fernando Pessoa apresenta de forma irónica a alienação causada pela revolução industrial, o homem passa a adorar a sentir uma espécie de prazer louco e desenfreado, uma ilusão enorme por sentimentos materialistas, gerando uma cegueira praticamente em todos, onde as máquinas são como um Deus.


Estes dois exemplos criticam a revolução industrial e o sistema capitalista, e toda a alienação provocada por ela nos homens.  Mostram que esta veio trazer uma grande inversão de valores assim como de qualidade de vida.  Revelam também que a revolução industrial trouxe muitos problemas como o aumento da violência e analfabetismo assim como problemas ambientais e sociais que têm provocado muitas alterações no clima, surgindo com elas o aparecimento de novas doenças, e uma crescente destruição de toda a fauna e flora do mundo.

O ser humano, atingido pelo processo de alienação, perde contacto com o seu eu genuíno, com a natureza e com a sua individualidade. O indivíduo não se identifica com o que ele é, sabe ou faz. Para ele não conta a sua realização íntima e pessoal, mas apenas o sucesso em vender socialmente as suas qualidades.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.